Isto ainda não está bem oleado

Ainda não acontece pensar num assunto e, ato* contínuo, vir até aqui à toca dos Coelhos escrever sobre isso. Uso antes o facebook que é mais imediato. E mesmo esse já quase não uso, agora que penso nisso…

Mas não é só por ser verdinha nisto de ter um blog (que também não sou, já tive um há muitos anos atrás, não vamos falar disso.) que não me atiro de cabeça a escrever aqui o que me ocorre. É que tenho muita consciência de que isto da internet é um mundo muito maior que o nosso mundo físico, palpável. Penso sempre que tudo o que aqui (na net, não necessariamente só aqui no tasco) se passa, é público, muito público. Muito mais público do que o meu círculo de amigos ou a minha vila ou Portugal. É tão público quanto “mundial” pode ser.

E depois não é só a falta de fronteiras, é também a falta de filtro. Eu perco o controlo a partir do momento em que carregar no botão ali ao lado para publicar isto. Para o bem ou para o mal, a partir do momento em que está na net, é de todos. Quantas vezes já se ouviu dizer isto? Muitas, se fores uma pessoa atenta e preocupada com estas coisas como eu. E uma coisa que é de todos, nunca chega a ser cuidada por ninguém com carinho, n’est-ce pas? Uma miúda que anda com todos é uma pequena putéfia que, sendo de todos, quando um dia quiser ser de um só, já ninguém a quer. Desculpem lá, oh pequenas putéfias que um dia venham a ler isto, mas é o que eu penso. E como o tasco é meu, olha, tsc.

Estás a ver? Um bom exemplo, este. Acabei de escrever o que me corria no pensamento. Já não tem nada que ver com o que escrevi no início nem tão pouco com a mensagem que quero deixar neste post. Mas, pronto, pensei nisso, escrevi. Eh, já que cá estava… *encolhendo os ombros* E no fim, vai-s’a ver e até tem! Isto ainda não está bem oleado, dizia eu no título. E cá está como não está! Começo a dizer que não tenho aqui a coisa bem oleada porque me ponho cheia de cuidados a pensar e a repensar no que pode ou não ser público e acabo enleada nos meus pensamentos, a fazer precisamente o que dizia que não fazia, que é escrever ao sabor do que me ocorre na mente! ‘Tá boa, esta…

Posso sempre reler e não carregar no botão, n’é?

Hum… vou carregar. Sem rever.

Assim com’assim não está cá ninguém ainda, mesmo…

Ah, espera. Um dia ainda posso virar uma estrela da blogosfera e vir a ter que dar explicações sobre isto… ou um dos meus filhos, daqui a muitos anos, se perder a razoabilidade, pode querer vir a ser Presidente da República e ver-se em apuros durante a sua campanha eleitoral porque um dia há muitos anos atrás, a tonta da sua mãe entendeu ter um blog onde achou que era autora e única responsável pelos seus conteúdos sem se preocupar com o futuro político dos filhos então bebés, achou que podia fazer o que bem lhe desse na real gana, e não se lembrou que as tecnologias desenvolvem a velocidade maior que a da luz e que o mundo de amanhã será todo um Big Brother castrador.

Pois, é mesmo melhor deixar aqui a mensagem que queria deixar quando comecei este post. Ainda não decidi que tipo de coisa será aqui a Toca dos Coelhos, ainda não decidi em que termos escreverei, nem qual será o meu limite para a privacidade da minha identidade e afins. Mas, afinal, por enquanto divirto-me a despejar coisas que me fluem no pensamento!

*Sim, sim, eu escrevo com a nova ortografia e não me rala nada o acordo ortográfico. Antes também olhava de lado, mas depois fiz uma formação onde me explicaram o porquê das coisas e desmistificaram muitas das críticas que ainda hoje leio/oiço e, só te digo: ide fazer a dita formação também que só os estúpidos é que não mudam. Aversão à mudança temos todos, é inato ao Homem. Mas a diferença está entre os que se permitem abrir a coisas novas e os que ficam agarrados ao status quo só por medo do desconhecido.

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