Pronto. Começou. Os EUA lançaram mísseis sobre uma base aérea síria que é vital para o controlo de Damasco, retaliação pelo uso de armas químicas no início desta semana. É uma viragem abrupta na política externa norte-americana (Obama ameaçou fazê-lo perante o mesmo tipo de ataques químicos mas nunca ousou; portanto este é o primeiro ataque direto dos EUA em solo sírio) e é sem dúvida uma tomada de posição do Presidente Trump que, com esta decisão surpreendente (ou não, que ele sempre disse que tem tolerância zero a terroristas), reforça a sua credibilidade tanto a nível externo como interno. Estou a ver os líderes políticos, opinion-makers, jornalistas e conselheiros a darem um passo atrás sem conseguirem segurar o queixo num “wow…did he really…?!”
Muito se falará este fim de semana sobre a possibilidade de estarmos perante o início da 3ª Guerra Mudial – tanto mais que Trump convida as nações aliadas dos EUA a juntarem-se nesta “lição” a Assad. Eu não acredito que seja o início do fim. Acho que é só um passo normal na escalada de conflito. Acredito que seja só uma demonstração de poder – e bem executada, oportuna e atempada, quanto a mim – e que o conflito se mantenha confinado àquela zona geográfica. Sem prejuízo da participação de outras potências, entre elas a Rússia, cujos helicópteros estacionados em Damasco usavam aquela base mas que terá sido avisada deste ataque previamente.
Vai ser muito interessante assistir ao reposicionamento de forças a partir daqui. Estejamos atentos.