00:30 mama
01:00 deito-me
01:37 acorda a gritar e a soluçar, lágrimas e tudo, nada o acalma. Dentes?
02:05 dou ben-u-ron, que se lixe, diz que também ajuda ao bem estar geral. Já 02:20 e parece que fica, yes!
02:30 a Júlia chama “qué fajê xixiiiiiii! Qué fajê xixiiiiii” e precisa que fique com ela até voltar a adormecer. No chão. Toda torta ao lado da cama dela.
03:22 deito-me
04:37 mama
04:59 deito-me
05:04 entra o Manel pelo quarto adentro para ir fazer xixi. Sinto-o quente. 37,1º. Não se dá nada porque pode ser só quente de estar a dormir. “Ou pode ser das voltas de bicicleta ontem ao fim da tarde com o vento que estava…”, diz-me o hoje-não-tão-otimista do meu marido.
05:16 o M. volta para a cama. Procuro dormir.
06:00 geme, o suficiente para eu me levantar para ver o que se passa, mas afinal não era nada, foi só mesmo para eu não fazer uma hora seguida de sono.
07:00 despertador, mama, banho, toca a começar o dia!…
Como é que uma pessoa há de ter um sorriso na cara se as pálpebras podem fechar a qualquer momento, independentemente da posição vertical? Como é que uma pessoa não há de ter umas olheiras até ao queixo e ver no espelho a tal quarentona que na verdade não se sente? Como é que há ter bom humor e paciência para os filhos, agilidade e energia para fazer ginástica e “aproveitar” que está em casa, capacidade de raciocínio e genica para resolver pendentes como organizar fotografias, tratar de uma pequena obra em casa, fazer um supermercado sequer?!
Não tem. Empurra com a barriga. Faz amanhã, quando tiver tido uma noite melhorzinha. Por agora, uma pessoa quer é dormir!
Mas tambem não é durante o dia que vai dormir, porque o biológico não está programado para se ir meter na cama ao escuro depois de já ter saído de casa, tomado banho, conduzido…. E porque o telefone toca e interrompe… E porque parece mal (a quem, rai’s parta?!) ter voz de sono às onze da manhã. Então lá vai arrumar a cozinha, varrer as migalhas do chão depois do pequeno-almoço, ver o correio, fazer as compras, o exercício, tudo isso, mas com umas trombas até ao chão, a maldizer a sorte, a criar rugas e sem energia. Anda em automático, só. Sem gozo. Fica metade do planeado por fazer.
E de repente as quatro da tarde e o dia acabou porque a partir daí é só pra eles. Desejavelmente com sorrisos e canções e cócegas e boa disposição… tudo forças que uma mãe vai buscar sabe Deus onde!; às noites de sono retemperador não é com certeza.
É isto! É mesmo isto…
GostarGostar