Na muche.

Estou muito contente com o título de Campeões Europeus, muito contente. Mas sempre que há um torneio destes ou uma escandaleira qualquer a roubar as atenções da opinião pública, particularmente no verão – em que a atenção está mais dispersa – penso sempre no que é que se andará a passar pelos gabinetes dos ministros fora que não dá jeito vir ao de cima.

Este verão é o drama da CGD, o défice que escorregou (ah! quem diria! então isso não era suposto ser só lá pra 2017, que este primeiro ano era o das mãos largas? se já se está a refletir, imagino o que não nos trará 2017 e seguintes…), as sanções de que aparentemente Bruxelas não abdica e veremos em que moldes teremos a rentrée. E ainda não começaram os incêndios de verão pelo país fora, qu’iss’é que dá uma jeitaça para ocupar tempo de antena nos telejornais!

A opinião de Rui Ramos, hoje ao Observador, é também a minha e acerta na mouche (para usar mais um francesismo, que por estes dias dá tanto gozo, ehehehe 😛):

(…) O governo e a sua maioria têm neste momento uma única ideia: fingir que todas as dificuldades do país são apenas resultado de causas externas e prova do rigorismo nórdico. Não são: são a medida do seu fracasso, e do fracasso do seu regime. Porque os nossos oligarcas, ao contrário da selecção, falharam. E no momento da derrota, agarram-se ao que podem: de um lado, esforçam-se por arrancar mais uns tostões à Alemanha, para pagar os défices; do outro, especulam com as emoções do futebol, para se fazerem populares. Como é costume nestes casos, a verdade é sempre a primeira baixa e a dignidade é a segunda.

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