CPPP

Há fãs e há quem não ligue nenhuma. Não é assim com quase tudo na vida, aliás? No que toca ao curso de preparação para a parentalidade (CPPP), eu acho que me situo no meio, nem fundamentalista, que vai absorver tudo o que vai ouvir como se fosse lei, nem armada em boa, que não precisa de curso nenhum pra saber tratar de um bebé.

É a minha terceira vez – o que até poderia dar força ao “já sei tudo” – mas é engraçado como sinto, outra vez, que é útil ir ali aquelas duas horinhas por semana.

Da primeira vez, por força de ser uma primeira vez, o meu objetivo era de facto aprender coisas (sou filha única, não convivia com sobrinhos nem tinha muitas amigas já mães, estávamos todas mais ou menos a começar!). E aprendi. Aprendi imenso, coisas sobre o meu corpo que não imaginava que se passavam nesta fase da gravidez e do parto e do pós parto, mitos que se desmistificaram, temas que dividem opiniões e que me obrigaram a pensar pela minha cabeça.

Da segunda vez, não iam nem dois anos desde a última, quando me perguntavam “mas vais lá outra vez se ainda andas a trocar fraldas, até?” respondia que não achava que fosse perda de tempo, serviu-me como revisão da matéria dada e cheguei a surpreender-me com algumas coisas que, em tão pouco tempo, tinham atualizado (ex: em 2012 só se falou dos ovos e das cadeirinhas auto como meios de transporte em segurança; em 2014 já nos falaram dos panos e dos slings e alertaram para os melhores modelos de marsúpios! Sendo o meu segundo bebé, quando o primeiro ainda era tão bebé também, isto ficou-me registado!)

Desta vez, a minha expectativa é outra. Desta vez vou para me conectar com o meu Frederico. Com os manos cá fora a dar-me conta dos dias e das rotinas, sinto que tenho andado esta gravidez toda a tomar conta de várias vidas e nenhuma é a deste bebé que assumo estar bem assim na sua piscina uterina. Já lá vão 26 semanas e não sinto que lhe esteja a dar a devida atenção porque há muita coisa a acontecer cá fora ao mesmo tempo. Não pode ser. Amo este bebé tão especial e unicamente como amo os outros dois e sinto que lhe devo mais atenção. Nem que seja duas horinhas por semana em que estou ali, atenta, a ouvir o que para umas será novidade e que para mim será um reviver de memórias não muito longínquas e a imaginar como será tudo isso agora, com o Frederico. Vai aproximar-nos um do outro, vai provocar amor, vai criar vínculo desde já. É bom.

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