Domingo à noite, em jeito de revisão do fim de semana – também fazes isto de rever mentalmente os dois dias de descanso? – apercebi-me que, já desde quinta-feira, que ando em modo “amigos” e que estes últimos dias, então, foram intensíssimos de relações de amizade.
Na quinta à noite jantei com a minha amiga X. e suas amigas. Ela não vive cá e, quando vem, junta as amigas e é assim que eu acabo à mesa com “amigas de amiga”, que poderiam perfeitamente ser minhas amigas também mas com quem, de facto, não tenho relação a não ser através da X. E o jantar prolonga-se pelo serão todo e entra pela madrugada porque fazemos necessariamente um catch up das vidas umas das outras desde a ultima vez que a X. cá esteve e jantámos juntas. É daquelas ocasiões em que, estando à vontade, não deixa de haver alguma cerimónia porque não são o teu núcleo duro. Também é uma boa maneira de estares em circulos de amigos: exercita as tuas capacidades de sedução – queres parecer bem e és comedida na maneira como manifestas as tuas opiniões – o que não significa que estejas a ser hipócrita ou mentirosa, estás só a ter cerimónia por falta de intimidade, só isso. E também não quero dizer que estejamos todas muito direitas à mesa, de guardanapo no colo, a falar uma de cada vez e a bebericar do copo quando na verdade estás cheia de sede e te apetece virá-lo de penalti. Não, até porque com a X. não há margem para isso. É a pessoa mais descontraída que há e claro que falamos todas por cima umas das outras e eu até cheguei a sentar-me de lado à mesa, à procura da melhor posição para o meu quadril parideiro. :) Tenho pena que a X. não more cá e que esta grupeta não se junte se não quando ela vem. São umas fixes.
No sábado, chovia a potes, estava mesmo um dia convidativo a ficar em casa. Aqui a princesa marcou mãos para as 11h e já estava a dar aquilo como o arejo máximo a que teria direito naquele dia horrível. Mas aqui a princesa também gosta à brava de comer fora ao fim de semana, fazer o quê? E desafiou a sua família e a família dos F. a ir almoçar num BBBF (bom, bonito, barato e familiar) ali de bairro. Pumbas, mesa pra dez! :) Tão bom! Os senhores do restaurante arrumaram-nos num canto onde importunássemos os outros comensais o menos possível, nós até agradecemos muito!, os nossos filhos de quase dois, 3, 5, 7 e 13, tudo rapazes exceto a minha Júlia, recriaram-se tudo o que puderam (acho que só destilavam mais energia se estivessem na rua, mesmo!). Os meus foram dormir as sestas (de 3h) consoladinhos de convívio e de beber da sabedoria dos mais velhos. Adoro os F., sou amiga do R. desde o milénio passado (êia! :) agora senti o privilégio de ter vivido, não só em dois séculos – o que eu já achava espetacular quando pensava nas histórias que ouvia sobre bisavós – mas em dois milénios. Esta geração é mesmo peculiar, caramba!) e são das tais pessoas que eu procuro, não só porque me fazem feliz, mas porque fazem bem aos meus filhos e aos adultos que um dia serão. Costumo dizer que há duas pessoas nesta vida a quem eu tenho como referência (àparte dos meus pais, naturalmente e, agora, do meu marido) e o R. é uma delas, precisamente. Sempre que me acontece alguma e preciso de pensar rápido/decidir com justiça e retidão penso “se isto fosse com ele, o que é que ele fazia agora?” Acho que isto é ter alguém como referência, não é? É este o tamanho da minha Amizade por ele mesmo que, até por causa de sermos 10 ao todo, não estejamos juntos todos os dias.
Domingo, depois do brunch com as 8 e anexos :), ainda houve tempo para mais um convívio com um grupo de amigos diferente: o dos vizinhos. Os vizinhos são aquelas pessoas com quem tanto podes relacionar-te fugazmente, como nem ter relação nenhuma, como podes acabar por desenvolver uma relação verdadeiramente familiar em que entram em casa uns dos outros de pantufas e só de chave na mão, tal é o conforto e a intimidade. Ali na minha rua está a construir-se uma coisa assim deste último tipo. Eu gosto muito porque já em casa dos meus pais cresci assim, num prédio onde quase todos tinham miúdos da minha idade ou próximos, onde deixávamos as portas abertas e o maior perigo era o gato fugir para casa de um deles, onde adormecíamos nas camas/quartos uns dos outros com os pais à conversa na sala. Ali na minha rua há um bocadinho disto, muito fomentado pelos meus vizinhos do lado que chamam toda a gente e acabamos a “lanchar” às onze da noite! Assim foi ontem: os miúdos acordaram da sesta, demos os banhos e vestimos-lhes os pijamas, olhámos um para o outro e pensámos “eh, vamos lá só um bocadinho!”, quando no relógio já passava das oito e, em bom rigor, daí a pouco tempo eles deveriam era estar a dormir outra vez! Mas fomos. Mandámos umas valentes gargalhadas, os miúdos brincaram de pijama com “as vizinhas” (todas miúdas desta vez e todas mais velhas que eles, mas acho que os tratam como se fossem os seus bebés :) Não sei quem gosta mais deste convívio, se os meus, se elas, armadas em “mães”!) e ainda tive que os mandar calar – aos adultos! – porque, já eu os tinha na cama, e ainda conseguia ouvir os indisciplinados a galhofar na rua :))
Diferentes núcleos, diferentes relações de amizade, diferentes graus de cerimónia, mas todos tão importantes na nossa vida! É mesmo, mesmo, MESMO, bom ter amigos…
Q orgulho me deste!!! Muito bom, e muito obrigado!!! Bjs para ti, M’s (para um dos M é um grande abraço!) e J&J!!! R.
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;)
e tu pões-me a corar, seu desgraçado!
:*
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:-)
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:-)
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tu és a segunda, sabes isso, não sabes?
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:-*
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