“Desejo de vingança”, “obstinado”, “atitude agressiva”, algum destes conceitos é bonito? Algum deles é um valor que devamos incutir aos nossos filhos? Para mim, o que se passou ontem no Parlamento foi uma ver-go-nha.
A mim, mãe de três, naquela idade em que, em termos laborais, se tenho a desgraça de ser dispensada, já sou velha de mais para encontrar novo emprego e, mesmo que fosse por iniciativa própria, já não sou tão nova que ande práqui cheia de motivações para encontrar novos desafios, dá-me igual se isto vai a debate pela mão do CDS se do PCP, eu quero cá saber quem é que “teve a ideia primeiro”!! Eu quero é que realmente se debatam medidas de apoio à família e que promovam o tal equilíbrio entre a vida profissional e a pessoal de que tanto se fala, eu quero é que quem tem nas mãos o poder de mudar coisas o faça efetivamente, pá! Eu queria era ver medidas como as tais 25 de ontem implementadas mais cedo ou mais tarde e antes tarde (agora, por inciativa do CDS) do que nunca (como os partidos da maioria parlamentar ditaram).
Ah e tal, porque nós é que apresentámos medidas parecidas antes e vocês nunca encontraram prioridade orçamental para as aprovar. E isso foi imprudente? Não acho. Se não havia dinheiro, o importante era por o pão e o leite na mesa. Mas isso não quereria dizer que as ideias fossem más. Por que carga de água esta vergonha destes deputados, agrupados em maioria com poder de veto, preferem olhar para a coisa como meninos de 10 anos em disputa de honrarias ocas e não se contentaram antes com qualquer coisa do género “aaaah, agora afinal dão-nos razão?? digam lá, digam lá ‘tinham razão’, vá” e não avançaram depois para o que interessava, que era debater construtivamente os assuntos, agora que parece que já há dinheiro, e tomavam uma decisão que tivesse em mente o superior interesse dos cidadãos, caramba? Parecem garotos, pá. Que vergonha…
Ler no jornal que nem sequer se chegou a debater o conteúdo, que o dia foi passado numa troca de bocas sobre a legitimidade dos autores (passados e atuais) de medidas do género é dececionante, realmente. É uma falta de sentido de Estado – o que é grave vindo, justamente, de deputados – é um revanchismo garotelho, é uma oportunidade perdida. Mais uma oportunidade perdida, se quiserem, levem lá a bicicleta…
:/ tsc, tsc…