O Ministro da Cultura reitera a sua vontade já antiga de oferecer bofetadas a dois cidadãos que se atreveram a emitir opinião. O Ministro da Cultura, que frequentou o (seu, se lá chegar a herança) Colégio Moderno, não poderia ser dado às questões da parentalidade positiva e acha que as coisas se resolvem à bofetada. O Ministro da Cultura esquece que os outros copiam os nossos exemplos qaundo, aliás, o próprio tem sido a personificação disto, pois que em tudo o que faz e diz só me lembra o paizinho, em toda a plenitude da sua prepotência, autocracia (“somos pela democracia, conquanto que mandemos nós!”), arrogância e má educação (aquela mãe cheia de pose falhou).
A graça disto é que eu não podia concordar mais com Augusto M. Seabra e adoro a parte em que diz que o Ministro da Cultura é, por tradição, um perdedor. Eu acho graça, mas o Ministro da Cultura está a pontos de lhe dar as bofetadas prometidas porque não gosta que lhe ponham o dedo nas feridas. E como não conhece a educação positiva, não sabe que é importante saber lidar com a frustração e ter mecanismos de auto-controlo. Coitadito… É mesmo digno de dó. “Se pensar[mos] que ele é no governo um verbo-de-encher e que o PS o atura por simples caridade”, como dizia o outro bofeteável, Vasco Pulido Valente, então até quase me vêm as lágrimas aos olhos. O que lhe dirá o paizinho durante os almoços de domingo, logo ele a quem é atribuída a frase “em política, feio, feio é perder”?!
Olhe. Senhor Ministro. Tive uma ideia (é assim que costumo conseguir captar a atenção do meu filho de três anos). E que tal fazer uma Fundação, aproveitando que está no sítio certo? Sempre distraía a cabeça, sei lá, desanuviava a alma destas pessoas abaixo do seu nível que fazem quase-crimes como emitir opiniões desfavoráveis à sua pessoa. Se calhar não é é o momento certo, que isto de fazer Fundações com dinheiros públicos já não está pra si como esteve para o paizinho, que estava no sítio certo na hora das vacas gordas. Mas pronto, olhe, fica a ideia. Vá, vá pra dentro e não se mace mais, que isso dá-lhe cabo das peles.