(Já sabia que ia dar nisto…)

O post anterior mas, em vez das mais de mil e quinhentas palavras, apenas em poucas frases. Estava aqui cheia de comichões a achar que, por mais cuidados que tenha tido, realmente, é difícil ser coerente (no que se diz e consigo próprio!) em poucas palavras e que me perdi um bocado a elaborar. O que eu quero dizer é que:

  • sim, arrepio-me como tu com as imagens destes dias dos refugiados, que são seres humanos tão merecedores de dignidade como eu e os meus, não sou uma besta insensível;
  • mas, talvez fruto da minha formação académica, pode dizer-se que terei a “formatação académica” para ver estas coisas analiticamente, deixando a emoção de lado;
  • e por isso consigo lembrar-me de todos os livros e ensaios e estudos que li sobre isto e, generalizando (claro, como só se pode generalizar quando se trata de uma questão de massas), concordar que comunidades de refugiados podem sim tornar-se focos de instabilidade (tanto interna como internacional);
  • e, ainda assim, parece-me ótima a sugestão do Papa Francisco – e em linha com o caminho da cooperação que eu alvitrava – de que cada paróquia acolha uma família de refugiados e assim se minimizem as aflições de uns e de outros. Em Portugal existem 262 paróquias, maiores que as do Vaticano, imagino eu, e portanto, com capacidade para acolher mais do que uma família de refugiados cada uma. Mas, lá está, de maneira desagregada e num verdadeiro espírito de integração daquelas pessoas na nossa cultura, que é diametralmente oposta à sua. Campos de refugiados, aglomerações destas, comunidades dentro de uma sociedade tendem a cristalizar as diferenças em vez de as dissipar. Além de que se perpetuam por gerações.
  • A grande dificuldade é estabelecer o filtro. Claro que refugiados não são terroristas por definição. Eles, aliás, vêm a fugir dos terroristas. Mas as condições em que vivem o seu estatuto de refugiados podem ser determinantes ou para uma boa integração, ou para se revelarem como perigo social.
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