Conversa de elevador

Uma troncha, encostada à parede do elevador que demoraaaaaava a fechar portas, impávida: “…eh…o senhor ainda deu uma corridinha…”

Diz-lhe a outra: “então e tu não carregaste no botão para ajudar o senhor?”

“apanha o próximo.” e manteve-se impávida e serena.

eu: O_o e olhei-a nos olhos com o meu mais óbvio e descarado ar de condenação. Tivesse eu visto alguém a dar uma corridinha para apanhar o elevador que lhe fugia e com certeza que aquela besta havia de chegar meio minuto mais tarde ao estacionamento, que era o mínimo que merecia.

Dizia-lhe a outra “oh, coitado…”, não sei bem se simplesmente para parecer bem porque eu estava ali ou se de facto sentia pelo homem.

A troncha insistia: “nós também estivémos ali à espera, agora espera ele.” (que pequenez de gente é que faz aos outros o que não gosta que lhe façam? e a título de quê? foi, porventura, por culpa do tal senhor que ela teve que esperar pelo elevador?)

a outra, ainda socialmente correta “vocês… quando chegarem à minha idade vão ser mais humanas.”

e eu, cá pra mim “esta estúpida, nem quando tiver mais aninhos em cima ‘humanecerá’, cheira-me, mas o Amiguinho Lá De Cima há de dar-lhe oportunidades em barda para apanhar elevadores que se lhe fecham lentamente nas trombas sem que ela os consiga apanhar e há de lembrar-se deste ‘lindo’ gesto em cada uma, a ver se gosta, a estúpida.” É que me revirou logo o que almocei, parva de merda.

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