nome de 2 géneros
1. | pessoa que pertence à mesma coletividade ou categoria |
2. | pessoa que exerce a mesma profissão ou tem as mesmas funções |
fonte: infopedia
Há vários tipos de colegas:
Há a sonsa, que te sorri todas as manhãs e provoca conversas contigo sobre os banais da vida, que até parece simpática, apesar de um bocadinho teimosa e insistente nas suas opiniões, mesmo quando já acabaste de lhe dar respostas, mas que não perde uma oportunidade para te passar a perna. É aquela que valoriza, mais que tudo, o que o chefe pode pensar, o que o chefe prefere (mesmo que não seja o que a própria prefere) e que nem sequer se permite fazer disso uma troca de ideias porque, Deus a livre, o chefe não será contrariado nunca. Não por ela. Se tu lhe fizeres esse favor, de contrapor o chefe, ótimo. Mas ela não o fará porque o importante é ficar bem na fotografia, não levantar ondas, ser cumpridora. A sonsa não se atreve a fazer. Ela espera pela ordem do chefe para ser ela a fazer. Caso contrário, pode ser interpretada como estando a querer fazer o que não lhe compete e isso é mau. Ou pode começar a fazer de maneira diferente da que o chefe prefere e isso é pior. Por isso deixa-se estar quieta e espera pela ordem “srª sonsa, faça assim, por favor.” Se tu, proativamente, agarras e fazes, acha que estás a tomar a inciativa só para pareceres bem ao chefe. Não há volta a dar, “fugir dos sonsos, que são os piores”, sempre se ouviu dizer.
Há o manteigueiro. Como a sonsa, o seu objetivo principal é agradar, mas ao contrário da sonsa, que se deixa estar, o manteigueiro vai atrás do chefe perguntar como é que ele gosta mais, troca duas larachas, remata “era assim mesmo que eu estava a pensar fazer” e volta lá daí a dois minutos só pra dizer que já fez e que, realmente, foi muito bem pensado fazer assim, “que grande chefe que você me saiu, não podia ter pedido melhor, sessenhores, gosto muito de trabalhar consigo”. Tende a reforçar as investidas no gabinete do chefe à medida que a época de avaliações se aproxima. Dependendo do chefe, este tipo de colega pode ter bastante sorte pela carreira fora e ser promovido aos dois níveis de cada vez.
Há a contestatária. Aquela que está sempre a dizer mal de tudo. Ora porque acabaram com o café, ora porque agora puseram café mas não é da marca de antigamente. Ora porque se trabalha em open space e é uma chatice a falta de privacidade, ora porque se lavantaram paredes e agora ninguém se vê uns aos outros, que corta o dinamismo. É aquela que está constantemente insatisfeita, mesmo quando as suas vontades de outrora até já foram atendidas. Este tipo de colega até pode ser divertido, se te conseguires alhear das suas contestações e deres o desconto de personalidade. Mas, com o passar dos anos, esta colega tende a virar uma pequena víbora que tece teias de relações e as alimenta ao ritmo dos seus interesses. Cuidado, não te aproximes tanto que te deixes enlear.
E depois há o gajo-com-cabeça-de-gaja. É o pior. A sério, não há paciência. É que este é aquele que, sendo homem, tem a cabeça pequenina, formatada para o novelo de cordel, que aprecia uma boa fofoca, que a difunde e ainda acrescenta um ponto. Fala baixinho ao telefone denunciando logo que está nas tricas, deixa-se rir muito quando é para escárnio de terceiros, enerva-se todo e anda de um lado para o outro no corredor quando o tema é mobilidade interna – e fica tanto mais nervoso quanto a mobilidade é a sua e, expoente máximo, quando se trata de uma expectativa para si que foi gorada. À notícia de uma alteração na administração, põe-se a fazer cenários, a ler notícias e a googlar os nomes para conferir os CV. Se por lá encontra um cargo numa faculdade que frequentou, apressa-se a ligar para a secretária do recém-nomeado a pedir “uns minutinhos”, só para se ir mostrar, relembrar que foi aluno (um dos milhares, numa turma de há 20 anos) e que tem muito gosto em reencontrar o professor. É um asco. É um bocadinho como o manteigueiro, mas em pior porque está sempre neste registo, ao passo que o manteigueiro só se aguça quando o assunto é consigo.
Graças a Deus, também há aquele que é a tua outra metade e com quem te podes rir destes todos. O coelga-outra-metade é aquele que sabe que o teu filho anda a ter dificuldade em dormir e te pergunta “então como foi esta noite?” quando te vê pela manhã. É aquele que te acaba as frases e conversa contigo no meio de outros só com uma troca de olhares. E quem se indigna, como tu, com as peripécias dos colegas sonsos, manteigueiros, dos contestarários e do gajo-com-cabeça-de-gaja.
Estou a precisar de ir de férias.
Temos que nos rir destes espécimes (para não chorar…). Valham-nos as colegas-outra-metade! (como tu…) beijinho
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tu é que és a minha colega-outra-metarde!
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