Ainda o dia não ia nas 10h e eu já tinha elogiado duas vezes.
Primeiro, os rapazes da bomba de gasolina onde me sirvo, porque são simpáticos e prestáveis. Fazem mais do que o esperado, com sorrisos e bem dispostos, quero eu dizer. Muito mais do que um colega deles que estava de serviço na mesma bomba ontem à tarde e que me fez ir embora sem largar um tusto. Só lá voltei hoje por causa destes dois, que são realmente um belo exemplo de bons profissionais. Independentemente da responsabilidade que as nossas funções impliquem, trabalhemos nós na NASA ou a encher depósitos, se todos nos comportarmos como aqueles dois, de certeza que levamos o dia de trabalho sem amarguras, mesmo que o salário não seja o dos funcionários da NASA. O de ontem era uma Grécia em pessoa, coitado. Pobre e mal agradecido. Humpf.
Depois, na escola, elogiei a auxiliar da sala do meu filho. Ela veio como substituta há pouco tempo (porque a querida que esteve desde o início do ano teve que ser operada) e a primeira impressão que tive dela, no seu primeiro dia, não foi a que gostaria de ter tido. Mas rapidamente (logo no segundo dia, aliás!) me apercebi do jeitinho dela e, se dúvidas houvesse, o carinho dos miúdos, que a adotaram completamente, dissipá-las-ia. Hoje, já lá vai mais de um mês que lá está, depois de uma breve conversa sobre o Manel, saiu-me um espontâneo “oh S., gosto muito de si.” Ela, coitada, humilde, encolheu-se toda e nem soube responder. Para a tirar do embaraço, reforcei “é verdade. A S. foi uma boa surpresa. Obrigada!”
É bom elogiar.
E também é muita bom deitar cá pra fora quando é para arrasar alguém ou algum serviço, ah, lá isso também é!! :) Mas como, tendencialmente, só nos preocupamos com o feedback quando é para ralhar, tenho procurado cada vez mais elogiar sempre que sinto que há motivo para isso. E garanto-te: sabe tão bem ou melhor do que reclamar. É um exercício de cuidado com o outro, tal como uma reclamação. Mas em bom. Para as duas partes.
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