Hoje, em conversa de circunstância com o pai de um menino da sala do Manel que vai mudar de escola, falávamos da relação cúmplice (e tipo amor-ódio) deles os dois e que pena ele sair quando, de repente, naturalíssimamente, ele saca do smartphone, puxa a aplicação do facebook enquanto vai dizendo que não há de ser difícil manterem o contacto, que poderão sempre encontrar-se no parque depois da escola ou nas casas uns dos outros… “qual é o teu nome?”, com o indicador em riste pronto para me pesquisar!
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Antigamente trocavam-se números de telefone. Quando queríamos manter contacto com alguém pedíamos “qual é o teu número?” Hoje é todo um perfil e privacidades não editadas. Num ápice a pessoa parte do princípio de que eu tenho perfil de facebook (devem ser meia dúzia os que não têm – mas eu conheço alguns!) e, não só assume que não precisa de falar comigo ao telefone, só precisa mesmo de me escrever, que sempre é mais unívoco e implica menos interação como deixa implícito que, aparentemente, já nem os SMS servem.
E acede, não só a um canal de contacto comigo, como às minhas fotos das últimas férias, à minha lista de amigos, a uma amostra dos meus interesses e ao tipo de pessoa que sou, muito mais do que provavelmente lhe mostraria numa conversa telefónica para combinar um encontro entre os nossos filhos.
Cada vez gosto menos do facebook e cada vez me mostro menos ali…